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05/05/2023
A casa é o espaço onde passamos a maior parte do nosso tempo e que abriga desde as utilidades mais banais do dia a dia até as nossas mais valiosas lembranças.
O lar é muito mais do que um simples lugar funcional que serve para nos proteger. É o nosso porto seguro e, através das cores, das formas e dos objetos, traduz aspectos importantes da nossa personalidade.
Sendo um espaço tão significativo nas nossas vidas, a casa não poderia ser ignorada pelos artistas, que, ao longo do tempo e de diferentes maneiras, retratam as vivências e as inquietações humanas.
Sabendo disso, preparamos este texto trazendo obras artísticas que exploram a casa e retratam ambientes domésticos. Continue a leitura e conheça artistas incríveis que, em suas poéticas, trabalham de diferentes maneiras a maravilhosa arte de morar.
Você já se imaginou vivendo em uma obra de arte? Foi o que o artista alemão Kurt Schwitters (1887-1948), considerado o inventor da instalação, fez por mais de 20 anos e em diferentes lugares. Conhecido por suas colagens, usando a técnica de assemblage, ele reunia em seus quadros diferentes elementos que encontrava na rua.
Em 1923, o trabalho ultrapassou o limite das telas e foi tomando conta da casa do artista na cidade de Hannover. Em permanente construção, a obra já havia chegado ao teto do segundo andar da residência quando, em função da Segunda Guerra Mundial, Schwitters precisou mudar-se e uma bomba destruiu sua primeira casa-obra, que ele chamou de Merzbau.
Ao longo dos anos, o artista iniciou novas instalações semelhantes em outros endereços e só parou definitivamente a construção quando faleceu, em 1948.
(Acervo: Tate Papers)
Outra artista encantadora que transformou a sua própria casa em uma verdadeira obra de arte foi a pintora canadense Maud Lewis (1903 - 1970). Ela viveu a maior parte de sua vida na pobreza, era uma pessoa com deficiência e fez das paredes da pequena casa em que vivia com o marido em Marshalltown, Nova Escócia, a sua principal tela.
A artista conquistou seus primeiros clientes vendendo cartões de natal e pequenas telas baratas em frente a sua casa, que ficava na estrada principal de uma rota turística.
Maud Lewis acabou ficando nacionalmente conhecida e, após a sua morte, depois de um período de abandono, a sua residência, tomada por pinturas delicadas e coloridas, foi restaurada e transportada para a Galeria de Arte da Nova Escócia, onde pode ser visitada.
(Acervo: The Writing Studio)
Se a casa de Maud Lewis surpreende pelo seu espaço extremamente reduzido a ponto de poder ser exposta no interior de uma galeria de arte, a caríssima mansão do jovem artista inglês Sam Cox, localizada na cidade de Tenterden, na Inglaterra, surpreende pela sua imensidão.
Mas a grandeza de sua residência não impediu que ele desenhasse completamente cada parede, cada móvel e cada objeto de todos os cômodos. O artista tem um estilo simples, que consiste basicamente em desenhar rabiscos, personagens e cenas com linhas pretas sobre fundos brancos.
Então, trabalhando 16 horas por dia, ao longo de dois anos, ele pintou absolutamente todos os cantos da mansão onde reside com a sua esposa, transformando uma casa totalmente branca em uma imensa obra de arte imersiva.
(Acervo: PA Images via Getty Images)
Chauncey Hare (1934 - 2019) era um cidadão norte-americano comum até que, no final dos anos 1950, decidiu fazer um curso de fotografia e, como atividade prática deste curso, começou a fotografar seus vizinhos no interior das suas residências.
Ao entrar nas casas de pessoas comuns para fotografá-las, Chauncey Hare reparou que os moradores combinam com as suas casas e que, justamente por se parecerem com seus donos, as residências são todas diferentes umas das outras.
Ou seja, o artista percebeu que as casas refletem a personalidade e os gostos das pessoas. A série de fotografias das casas e seus moradores resultou no livro Interior America e, depois desta experiência, Hare tornou-se oficialmente fotógrafo.
(Acervo: transbordeur)
Patty Carroll (1946) é uma artista norte-americana conhecida por trabalhar com fotografias extremamente coloridas, intensas e saturadas produzidas a partir de instalações montadas em estúdio.
Abordando as mulheres e suas complicadas relações com a casa, para realizar a série fotográfica intitulada Anonymous Women, ela montou exuberantes instalações que recriam ambientes domésticos onde bonecas femininas são camufladas entre cortinas, cobertores, móveis, papéis de parede e outros objetos cotidianos.
As fotografias impactantes apresentam o lar como uma metáfora da vida interior e coloca as figuras femininas, completamente emaranhadas nos elementos domésticos, como partes da própria casa.
(Acervo: Patty Carroll)
Explorando a cultura de massa, em suas colagens, o artista pop norte-americano Tom Wesselmann (1931 - 2004) usava recortes de fotografias de produtos alimentícios e outros anúncios encontrados em revistas. Posteriormente, passou a criar cenas domésticas misturando pintura, colagem e objetos tridimensionais.
Em algumas obras desta série, chamada de Still Life, com o objetivo de conferir mais vida aos ambientes domésticos que criava, o artista passou a inserir sons cotidianos, como um rádio ligado, um telefone tocando sem parar e, até mesmo, televisões ligadas.
(Acervo: Flickr - exposição no museu MoMA, New York)
A artista japonesa Yayoi Kusama (1929) é conhecida por realizar grandes instalações e usar muitas bolinhas em suas produções extremamente coloridas.
Na instalação interativa intitulada The Obliteration Room, realizada entre 2011 e 2012, na Austrália, a artista criou um espaço completamente branco que, com diversos móveis e objetos, remete diretamente a um ambiente doméstico.
A espécie de casa desprovida de toda a cor se converteu automaticamente em uma tela em branco que os visitantes eram convidados a colorir através da colagem de adesivos redondos de diferentes cores. Ao longo da exposição, o espaço foi, progressivamente, sendo tomado pelos adesivos e branco foi substituído por uma explosão de cor.
(Acervo: Artequeacontece)
O artista brasileiro Cildo Meireles (1948) é um dos precursores no campo da instalação e, utilizando diferentes linguagens, trabalha com questões de natureza política e social. A cor é o elemento principal na sua obra Desvio para o Vermelho, obra exibida em caráter permanente em Inhotim, Minas Gerais.
Na impactante instalação, numa sala branca, uma enorme coleção de objetos em vários tons de vermelho é utilizada para criar um espaço que remete a um ambiente doméstico. Aberta para uma série de simbolismos e metáforas, a obra é formada por três ambientes articulados entre si e oferece uma sequência de impactos sensoriais e psicológicos ao espectador.
(Acervo: Google Arts and Culture)
Mark Dion (1961) é um artista norte-americano conhecido por fazer inventários e realizar montagens que remetem ao formato utilizado em museus de história natural.
Através do acúmulo de materiais e da sua forma particular de apresentação, o artista cria uma série de mobílias e instalações retratando o período histórico que estamos vivendo e como nos comportamos em relação aos objetos.
Na obra When Dinosaurs Ruled the Earth, explorando o colecionismo e o consumo exacerbado da sociedade contemporânea, em uma montagem que lembra um dispositivo museológico, Mark Dion cria um quarto infantil repleto de figuras de dinossauros.
(Acervo: are.na)
Talvez o mais famoso ambiente doméstico já retratado na história da arte seja a obra Quarto em Arles (1988), do pintor pós-impressionista holandês Vincent Van Gogh (1853 - 1890).
A pintura é uma das obras mais conhecidas do artista e retrata o quarto alugado em uma pensão, na cidade de Arles, no interior da França, onde o artista residiu e trabalhou intensamente. Através do espaço que o abrigou, Van Gogh expõe um pouco da sua intimidade e expressa desejos de repouso para a mente e para as próprias fantasias.
(Acervo: Flickr)
Depois de apreciar tantas obras inspiradoras, não tem como não pensar em nosso próprio lar e no que ele conta sobre nós, não é mesmo?
A Idélli deseja que a cultura seja vivenciada todos os dias, por isso cria ambientes que são verdadeiras obras de arte.
A nossa Coleção Louvre homenageia o maior museu de arte do mundo e, enfatizando o olhar de admiração suscitado pela arte pura, tem como um dos pontos altos a Cabina Di Vetro, que, assim como numa galeria de arte, permite apreciar a disposição dos objetos.
Nesse sentido, os acrilatos e translúcidos também ganham um destaque especial, pois mesmo dentro do móvel, permitem uma visão mais ampla e, aliados à iluminação, tornam o ambiente charmoso e elegante.
Invista em móveis planejados Idélli e transforme a sua casa em uma galeria de arte particular, que abriga e expõe suas mais preciosas relíquias, vivências e inspirações.
Acesse Arte e vida: casas de grandes artistas internacionais que foram transformadas em museus e saiba mais!
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