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03/02/2023
O bem-estar é uma pauta cada vez mais relevante na nossa sociedade. Assim, buscando entender como os vários aspectos do dia a dia influenciam na nossa qualidade de vida, há muitos estudos sobre como a alimentação, a prática de exercícios e o lazer são importantes para se ter um cotidiano equilibrado e feliz.
Nesse sentido, não podemos esquecer que os ambientes também têm grande influência sobre o nosso bem-estar, seja no trabalho, onde passamos grande parte dos nossos dias, seja em casa, onde buscamos conforto, descanso e segurança.
A casa é um espaço primordial para o bem-estar humano e está intimamente relacionada à afetividade dos moradores. Assim, além das questões funcionais das residências, o conforto psicológico do morador também se torna uma pauta importante. É neste contexto que surge a Psicoarquitetura.
O conceito de Psicoarquitetura nada mais é do que a associação de técnicas da psicologia e técnicas da arquitetura na realização de projetos arquitetônicos residenciais.
Para a execução de projetos residenciais mais assertivos, unindo os saberes destas duas áreas, busca-se melhorar a identificação do morador com os diferentes ambientes da casa e, consequentemente, aumentar a sua satisfação e a sua qualidade de vida.
Para isso, a partir do profundo conhecimento sobre o morador, o arquiteto procura soluções que supram não apenas as suas necessidades estéticas, práticas e funcionais, mas também suas questões afetivas e emocionais.
Assim, a psicoarquitetura é fundamentada na compreensão do morador como um indivíduo único e complexo que, a partir de um projeto de arquitetura sensível, será representado no ambiente.
Mas, como é possível que o arquiteto conheça questões tão íntimas do morador? Conversando com ele e montando um psicobriefing.
(Acervo: Freepik)
Briefing, instrumento muito conhecido nas áreas criativas, é o documento que reúne informações fundamentais para a realização de um projeto. Neste sentido, o psicobriefing nada mais é do que um briefing baseado nas questões psicológicas do cliente.
Sabendo disso, para conseguir realizar um projeto que seja capaz de representar o morador, antes de tudo, o arquiteto precisa conversar com o seu cliente e chegar nas questões que são mais importantes para ele. Ou seja, o psicobriefing é um guia utilizado em projetos que buscam transformar em materialidade as características psicológicas do morador.
Conhecendo os gostos, os desejos e até mesmo a história de vida do cliente, é possível criar um ambiente que tenha a sua identidade. Neste sentido, sabendo da relação afetiva que as pessoas nutrem com as suas casas, é possível compreender que esse sentimento de identificação resultará em satisfação e bem-estar.
(Acervo: Freepik)
Este conceito de projetos residenciais busca uma arquitetura mais humana. E humanidade é o que mais precisamos atualmente, não é mesmo? Assim, esta metodologia vem conseguindo cada vez mais espaço e já conta com cursos específicos para capacitar profissionais da área de projetos residenciais com técnicas de psicologia.
Neste sentido, a arquiteta e urbanista Giovanna Gogosz, criadora do primeiro curso de extensão de Psicoarquitetura reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), em uma aula sobre o que é Psicoarquiterura, explica que esta metodologia, mais do que se preocupar com as tendências, é um mergulho dentro do ser humano.
Ela coloca que a Psicoarquitetura, ao refletir a essência e as particularidades dos moradores, resulta na criação de projetos com mais personalidade, mais significados e mais valores afetivos.
Para isso, diferentes elementos de arquitetura e decoração são aplicados a partir das características psíquicas dos moradores, agregando materiais, formatos e objetos que tragam identificação e maior conforto emocional. Assim, para a escolha dos elementos, o foco não está naquilo que está em alta, mas naquilo que melhor representa o morador.
Sobre os benefícios trazidos pela Psicoarquitetura, Giovanna Gogosz aponta que os ambientes domésticos têm relação com cura, evolução e conexões saudáveis. Assim, pessoas que vivem em espaços mais agradáveis tendem a viver melhor e a ter um desenvolvimento mais leve e positivo em várias áreas da vida.
Agora que você já sabe o que é Psicoarquitetura, olhe com carinho para os seus ambientes e reflita sobre quais elementos trazem conforto, exaltam a sua essência e representam o seu jeito de ser. Porque, com certeza, a melhor casa do mundo é aquela que nos faz bem.
(Acervo: Idélli Ambientes)
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