Na cidade de Baku, capital do Azerbaijão, o desenho urbano carrega a herança de uma região que pertenceu à antiga União Soviética. A cidade, que se localiza próxima da costa do Mar Cáspio, conquistou a independência em 1991 e, a partir disso, vem presenciando uma crescente modernização de sua infraestrutura e arquitetura. E, um dos marcos dessa ação é a obra assinada pela Zaha Hadid, o Centro Heydar Aliyev, capital cultural da cidade.

O conceito por trás do projeto

Foto: Zaha Hadid Architects

Idealizado para ser o principal palco dos programas culturais do país, o Centro Heydar Aliyev rompe com as normativas impostas pela arquitetura soviética, trazendo uma sensibilidade ímpar e, assim, refletindo o otimismo que rege os passos de um país rumo ao futuro.

Um espaço que identifica a sociedade que o cerca, o projeto possui uma integração fluida entre a parça no entorno. Esta, por sua vez, se ergue envolvendo um espaço interior também público, definindo uma sequência de espaços para eventos dedicados à cultura e tradicionalismo.

Com ondulações, bifurcações e dobras, o desenho do edifício cumpre a proposta esperada: a de abraçar, direcionar e acolher os transeuntes através de seus diversos níveis, colocando um novo ponto de partida em um cenário clássico.

Os detalhes do Centro Heydar Aliyev  

Um dos principais desafios do edifício foi a elaboração de sua superfície. A ideia era obter uma forma contínua e homogênea e, para isso alcançar esse objetivo, foi preciso desenvolver uma gama diversificada de sistemas técnicos de construção.

Outro detalhe é o de que, para realizar grandes espaços livres e que fomentam a fluidez da movimentação no interior, as estruturas verticais são totalmente absorvidas pelo sistema de envelope e cortina de concreto, fazendo com que a geometria da superfície promova uma estrutura diferenciada.

Além disso, o Centro Heydar Aliyev foi projetado com uma estrutura de concreto combinada com um sistema especial de treliças, o que permitiu a elaboração de uma estrutura livre que traz uma relação flexível entre os espaços externos.

Uma relação íntima entre interior e exterior

Foto: Zaha Hadid Architects

Um dos destaques do projeto é a iluminação. Cuidadosamente considerada, o projeto luminotécnico casa e harmoniza os detalhes internos e externos do projeto. Isso porque, com a estratégia utilizada, o volume do edifício reflete a luz durante todo dia, permitindo que sua aparência se altere de acordo com a perspectiva do observador e horário.

Por fim, a utilização de vidros semi-reflexivos instiga a curiosidade de quem está do lado de fora, uma vez que, com a incidência da luz, permite vislumbres do interior, instigando o público sem revelar os detalhes da trajetória interna.

De maneira geral, o projeto do Centro Heydar Aliyev, assinado pela Zaha Hadid, articula uma relação simbólica: a de uma cultura que está desdobrando as possibilidades de um futuro almejado por toda uma nação.

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