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21/11/2025

Arte e Artista: Pavilhão Flutuante e Shen Ting Tseng Architects

Arquitetura

Em alguns projetos, a arquitetura não se limita a ocupar o espaço, mas a dialogar com ele. Esse é o caso do Pavilhão Flutuante, concebido pelo escritório Shen Ting Tseng, de Taiwan, e que, mesmo sendo exposto por apenas 3 meses, nos mostra o impacto atemporal da criatividade.

A obra, instalada em uma área próxima às margens do rio que conta com alta incidência de ventos, transforma o ato de caminhar em uma experiência sensorial, onde luz, matéria e movimento se encontram. Confira.

Shen Ting Tseng Architects: arquitetura como gesto sensível

Arquitetura paisagística

 

Foto: Shawn Liu

 

O estúdio Shen Ting Tseng Architects é reconhecido pelo talento no momento de elaborar projetos que exploram a relação entre natureza, experiência e presença humana. Sua abordagem ultrapassa o funcional, investigando como o espaço é capaz de conduzir as emoções e moldar as percepções.

No Pavilhão Flutuante, essa filosofia se torna evidente: a arquitetura não é exatamente protagonista, mas mediadora. Através dela, a obra se oferece ao público como um ponto de encontro entre o humano e a paisagem, dissolvendo limites entre o que é construído e o que é natural.

Pavilhão Flutuante: arquitetura tornada em paisagem

Inspirado na tranquilidade da água e na fluidez dos movimentos naturais, o Pavilhão Flutuante foi projetado para parecer leve, como se tivesse pousado levemente em uma superfície.

Seu desenho minimalista cria a sensação de suspensão, reforçada pelo reflexo do entorno e pelo ritmo suave de luz e sombra que projeta sombras singulares com o passar dos dias e estações.

Estrutura dissolvida no ambiente

A obra é composta por painéis lineares e abertos, que permitem a entrada generosa de luz natural e ventilação. Essa característica cria uma atmosfera que instiga a contemplação quase silenciosa, onde os visitantes percebem o ambiente com uma clareza renovada.

Com o passar das horas, clima e pessoas, o pavilhão se transforma. E em cada mudança, sua paisagem é reconfigurada, como se o projeto fosse, na verdade, uma obra em constante metamorfose.

Um convite à pausa

Pavilhão Flutuante e arquitetura contemporânea

 

Foto: Shawn Liu

 

Instalado em um parque público, o Pavilhão Flutuante funciona como abrigo e mirante. Mais do que um destino ou ponto turístico, sua proposta é a de ser travessia, um lugar onde o tempo desacelera.

Sua arquitetura faz um convite à permanência, instigando o olhar atento ao que é simples e ao seu entorno. Graças a esse tipo de intervenção, o Pavilhão Flutuante reforça o potencial da arquitetura em criar mais do que estruturas, mas experiências que preenchem o ser.

Arte, arquitetura e intenção

O Pavilhão Flutuante traduz um ponto essencial para quem, como a Idélli, compreende o design como gesto artístico: o de que a intenção molda a matéria em expressão singular.

A obra é um reflexo de que cada escolha criativa, até mesmo de painéis e suavidade de linhas, reforça um propósito maior, como o de criar ambientes planejados que acolhem, acalmam e reconectam o visitante ao espaço.

Assim, no Pavilhão Flutuante, temos uma mostra de que a arquitetura e arte podem compartilhar do mesmo princípio, provocando emoção e dando forma ao invisível e ao que se deseja.